O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reagiu nesta quinta-feira, 21, à divulgação de áudios pessoais ligados à família e a aliados políticos, como o pastor Silas Malafaia.
Em texto publicado nas redes sociais, Carlos acusou a Polícia Federal (PF) de realizar vazamentos ilegais para manipular a opinião pública e desgastar a imagem de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O que existe é mais um vazamento ilegal da PF, criado apenas para manipular narrativas e tentar, mais um dia, destruir reputações”, escreveu o político.
Segundo o vereador, as conversas não apresentam elementos comprometedores. Destacando a figura de seu pai, ele argumenta que os áudios mostram apenas um homem “emocionado, preso, censurado e impossibilitado de se defender”.
“Onde estão os tais diálogos explosivos?”, interpelou Carlos. “Alguém falou em golpe? Em diálogos cabulosos com o tráfico? Em desvio de INSS? Em punhal verde e amarelo? Em desvio de dinheiro?”.
Ele também citou comentários de Malafaia sobre o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), descritos como típicos de um “tio de família”, além de diálogos sobre anistia a investigados dos atos do 8 de janeiro.
“Há pessoas amarradas que hoje não podem mais se comunicar livremente nem se defender na imprensa ou nas redes sociais”, disse o vereador. “Pois ordens judiciais de quem investiga e julga o mesmo caso assim ‘democraticamente’ determinou.”
Ele comparou a situação à Nicarágua, país em que a ditadura sandinista de Daniel Ortega promove censura e perseguição de opositores.
Carlos acusa “sistema” e imprensa de ocultarem falhas do governo Lula
As declarações surgem no momento em que a PF amplia o inquérito sobre a “trama do golpe” e a suposta obstrução de Justiça. As investigações já atingiram Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia.
A Procuradoria-Geral da República, em parecer recente, reforçou a justificativa de que o pastor atuou como orientador de ações ligadas ao caso. Carlos encerrou o texto ao acusar o “sistema” de trabalhar de forma coordenada com a imprensa para esconder problemas da atual gestão federal.
“O sistema trabalha unido e focado — da fonte até a exploração midiática — para esconder a gestão caótica do seu ‘filho fabricado’, praticando e fabricando, dia sim e dia também, crimes contra aqueles que realmente fizeram e ainda podem fazer pelo Brasil”, concluiu Carlos.