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Política

Oposição cobra Haddad e Mauro Vieira sobre aplicação da Lei Magnitsky

Parlamentares do Novo e do PL destacaram as consequências do eventual descumprimento das sanções

Por | Publicado em: 21/08/2025 14:02 | Fonte: Revista Oeste

Oposição cobra Haddad e Mauro Vieira sobre aplicação da Lei Magnitsky
Os parlamentares do Novo e do PL protocolaram os requerimentos esta semana, na Câmara dos Deputados | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Montagem Revista Oeste

A oposição protocolou três requerimentos de informação direcionados aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores) em que cobram esclarecimentos sobre a aplicação e os impactos da Lei Magnitsky.

O deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) apresentou dois requerimentos à Mesa da Câmara, cada um endereçado a um dos ministros. O deputado protocolou os requerimentos na terça-feira 19.

Capitão Alberto cobra dos ministros “informações acerca dos riscos e dos impactos da decisão monocrática do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a aplicação de leis e sanções estrangeiras no território nacional, com graves repercussões para o sistema financeiro brasileiro e para a soberania nacional”.

Dino proferiu a decisão ao se manifestar em uma ação movida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) que trata da tragédia em Mariana (MG). Na prática, a medida é uma tentativa de blindar o ministro Alexandre de Moraes contra as sanções dos EUA.

O ministro Alexandre de Moraes é o único brasileiro alvo das sanções da Lei Magnitsky.

 

Novo também pediu esclarecimentos sobre aplicação da Lei Magnitsky

A bancada do Novo na Câmara protocolou um dos requerimentos de informação, nesta quarta-feira 20.

O partido cobra esclarecimentos de Haddad sobre como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão cumprindo a Lei Magnitsky, legislação norte-americana que prevê sanções a indivíduos e entidades envolvidos em violações de direitos humanos e corrupção.

Segundo o líder do Novo, o deputado Marcel van Hattem (RS), a falta de clareza em torno das práticas de compliance e monitoramento por parte das instituições estatais pode representar riscos não apenas para os bancos, mas também para a economia brasileira como um todo.

“Estamos falando de sanções internacionais com efeitos extraterritoriais”, afirmou o deputado em nota à Revista Oeste, nesta quinta-feira, 21. “Bancos que optem por ignorá-las, ainda que sediados no Brasil, correm o risco de perder acesso ao sistema financeiro global, inclusive ao dólar, o que teria consequências graves não só para as instituições, mas para toda a economia do país.”

Parlamentares destacaram as consequências de eventual descumprimento

Além de Marcel van Hattem, assinam o requerimento os deputados Luiz Lima (RJ) e Adriana Ventura (SP).

Os parlamentares cobram detalhes sobre políticas internas, manuais de procedimentos, bloqueio de contas e até possíveis comunicações com autoridades estrangeiras, como o Office of Foreign Assets Control (Ofac), órgão responsável por aplicar sanções financeiras nos Estados Unidos.

O requerimento ressalta que o eventual descumprimento da legislação pode gerar restrições de acesso a mercados internacionais, operações de câmbio, captações externas e liquidações financeiras globais, colocando em risco a estabilidade bancária e a credibilidade do Brasil diante de organismos multilaterais.

“Não é apenas uma questão operacional ou burocrática. Trata-se de proteger a credibilidade do Brasil e a segurança jurídica de nossas instituições”, disse Van Hattem.

A bancada também destacou que, por se tratar de bancos públicos, as falhas de governança ou compliance podem acarretar custos adicionais ao Tesouro Nacional e comprometer políticas públicas.

“O Banco do Brasil e a Caixa são instrumentos de política pública. Se houver falhas de governança, quem paga a conta é o pagador de impostos brasileiro”, concluíram os deputados do Novo.

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