Governo Milei afirma não ter recebido pedido de asilo de Bolsonaro
A Argentina afirma não ter registro da carta mencionada no inquérito da PF.
Por | Publicado em: 21/08/2025 15:53 | Fonte: Brasil Paralelo
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O governo argentino negou oficialmente ter recebido qualquer solicitação de asilo político de Jair Bolsonaro. Fontes ligadas ao presidente Javier Milei afirmaram a veículos internacionais, como a Reuters e a CNN Brasil, que não há registro de carta ou documento enviado pelo ex-mandatário brasileiro. O Itamaraty argentino manteve silêncio, e a embaixada do país em Brasília preferiu não se pronunciar.
A negativa ocorreu logo após a Polícia Federal anunciar que encontrou no celular de Bolsonaro um arquivo batizado de “Carta JAIR MESSIAS BOLSONARO.docx”, supostamente destinado a Milei. O documento, de 33 páginas, foi produzido em fevereiro de 2024 — poucos dias depois de a PF reter o passaporte do ex-presidente na Operação Tempus Veritatis.
No texto, Bolsonaro alegaria ser alvo de perseguição política e disse temer pela própria vida, evocando a possibilidade de novo atentado. Também escreveu que estava “na iminência de ter a prisão decretada de forma injusta e arbitrária pela mais alta corte do Brasil”. Em tom formal, pedia acolhimento imediato em território argentino.
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Contexto das acusações
Enquanto o vazamento da carta repercutia, Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal. Segundo a acusação dos investigadores, ambos participaram de manobras para atrapalhar o andamento das apurações nos processos em que estariam envolvidos, no contexto da crise pós-eleição de 2022.
Defesa afirma que pedido de asilo nunca esteve nos planos de Bolsonaro
A defesa de Bolsonaro reagiu rapidamente. O advogado Paulo Cunha Bueno declarou que a ideia de pedir asilo foi uma sugestão, nunca levada aditante por Bolsonaro:
“Muita gente mandava muita coisa para ele. Todo tipo de sugestão. Alguém mandou para ele o pedido de asilo em fevereiro de 2024. Ele podia ter ido, mas não foi. Ele não quis, não estava em prisão domiciliar, nem tinha tornozeleira. Teria condições de se evadir e não se evadiu”, afirmou em entrevista.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o advogado reafirmou que “a fuga nunca esteve nos planos [de Bolsonaro]. O ex-presidente permaneceu no país e compareceu a todos os atos processuais, inclusive àqueles em que sua presença não era exigida”.