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Economia

Desaceleração do PIB do Brasil deve preocupar investidores da Bolsa?

Brasil deve crescer 1,5% em 2026, desacelerando em relação aos últimos anos - mas não deve preocupar investidores

Por | Publicado em: 21/08/2025 18:07 | Fonte: InfoMoney

Desaceleração do PIB do Brasil deve preocupar investidores da Bolsa?
Foto: Adobe Stock

Em relatório, a Ágora Investimentos fez uma análise sobre a relação entre o mercado de ações brasileiro e a economia do país, destacando a dinâmica distinta entre essas duas pares.

Segundo a casa, embora o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil deva desacelerar em 2026, refletindo o fim de um longo ciclo de aperto monetário, o Ibovespa mantém potencial de valorização devido à queda esperada da taxa Selic, que reduz o custo de capital e favorece reprecificação das ações.

De acordo com estimativas, o Brasil deve crescer 1,5% em 2026, desacelerando em relação aos últimos anos. A inflação deve convergir para algo entre 4,5% e 5%, e a taxa Selic pode cair cerca de 3 ponto percentual, encerrando o ano em 12%.

A Ágora observa que a correlação histórica entre PIB e desempenho do mercado acionário é fraca ou até negativa, pois fatores como diluição de lucros, composição setorial e lucros relativos ao PIB tornam o Ibovespa menos dependente do crescimento econômico doméstico.

Além disso, segundo a casa de análise, a precificação atual das ações, com múltiplos historicamente baixos e dividend yield elevado, cria assimetrias favoráveis para os investidores.

A Ágora também destaca que o fluxo estrangeiro continua relevante, com ingresso de capital em 2025, e que a componente eleitoral de 2026 tende a aumentar a volatilidade, mas também pode antecipar cenários reformistas e reduzir o prêmio de risco, reforçando a valorização das ações.

Entre as oportunidades, o BBI identifica:

  • Small caps, negociadas a múltiplos historicamente baixos, com potencial de valorização quando a Selic cair;
  • Setores cíclicos, como consumo, construção e varejo, que devem se beneficiar da redução da taxa de juros;
  • Empresas pagadoras de dividendos, que ganham destaque em períodos de maior incerteza econômica.

Por fim, a Ágora conclui que, mesmo com a economia em ritmo mais lento, o Ibovespa pode avançar, impulsionado por juros em queda, múltiplos descontados, fluxo estrangeiro e fundamentos sólidos. A recomendação dos analistas é que investidores acompanhem fundamentos, ciclo de juros e comportamento de preços, aproveitando as assimetrias do mercado, com foco em empresas resilientes e boas pagadoras de dividendos.

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