Eduardo Bolsonaro troca de número depois de ter dados vazados
Além de seu contato, o deputado licenciado relaciona o sequestro de seus familiares a um 'vazamento seletivo' de informações
Por | Publicado em: 26/08/2025 15:35 | Fonte: Revista Oeste

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comunicou a troca de seu número de celular depois de ter seus dados pessoais de contato vazados publicamente. Em publicação no X nesta segunda-feira, 25, ele relata que passou a receber mensagens ofensivas e de deboche depois do vazamento.
“No mesmo dia que foi publicado o relatório da Polícia Federal com o meu indiciamento, coincidentemente, vazaram meu número de celular”, diz a publicação.
Além do número de celular, Eduardo também relacionou o sequestro de sua mãe e seus avós, ocorrido neste fim de semana, ao que classifica como “vazamentos seletivos” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
PF acusa Eduardo Bolsonaro de interferir em investigações
O indiciamento de Eduardo Bolsonaro faz parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo a Polícia Federal (PF), ele teria promovido, nos Estados Unidos, articulações para pressionar autoridades brasileiras e aplicar sanções, com o objetivo de interferir no processo.
A apuração começou em maio, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O relatório final aponta que o deputado, junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao jornalista Paulo Figueiredo e ao pastor Silas Malafaia, buscou influenciar a Ação Penal 2.668, relacionada à tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a PF, o grupo teria mirado instituições democráticas, principalmente o STF e o Congresso Nacional, para submetê-las a interesses próprios. Os investigados teriam tentado pressionar o Judiciário e, mais recentemente, a Câmara e o Senado, com o objetivo de alterar decisões.
O relatório afirma que, entre as ações, estavam tentativas de persuadir parlamentares a aprovar anistia e afastar ministros do Supremo por supostos crimes de responsabilidade. O documento cita ameaças de sanções aos presidentes da Câmara e do Senado, o que configuraria tentativa de limitar o funcionamento do Legislativo e influenciar o Judiciário.
O material foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, que deve encaminhá-lo à Procuradoria-Geral da República. O procurador-geral, Paulo Gonet, decidirá se vai oferecer denúncia, requisitar novas investigações ou pedir o arquivamento.