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Itamaraty desvia de declarações do ministro da Defesa de Israel

Em nota, o MRE critica a ofensiva militar israelense e não comenta a saída do Brasil da IHRA ou as acusações de associação com o Irã

Por | Publicado em: 26/08/2025 17:49:11 | Fonte: Revista Oeste

Itamaraty desvia de declarações do ministro da Defesa de Israel
O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente, Celso Amorim | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ministério das Relações Exteriores (MRE) respondeu ao ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, que chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “antissemita declarado”, “apoiador do Hamas” e associou o petista ao Irã nesta terça-feira, 26. Em nota, o Itamaraty desvia das acusações do ex-chanceler israelense e critica a ofensiva em Gaza.

A chancelaria brasileira diz que Katz “voltou a proferir ofensas, inverdades e grosserias inaceitáveis” contra o Brasil e Lula. A nota exige que o ministro israelense assuma responsabilidade e apure o ataque ocorrido nesta segunda-feira, 25, contra o hospital Nasser, em Gaza.

O bombardeio israelense “provocou a morte de ao menos 20 palestinos, incluindo pacientes, jornalistas e trabalhadores humanitários”, diz a nota do Itamaraty. As Forças de Defesa de Israel, entretanto, confirmaram que seis entre os mortos eram terroristas do Hamas, um deles participante do ataque a Israel de 7 de outubro de 2023.

A nota do Itamaraty diz também que as ações militares israelenses na Faixa de Gaza “já resultaram na morte de 62.744 palestinos, dos quais um terço são mulheres e crianças, e em uma política de fome como arma de guerra imposta à população palestina”. Os dados mencionados pela diplomacia brasileira foram divulgados pelo Ministério da Saúde palestino, que é controlado pelo Hamas.

O MRE cita a investigação de Israel na Corte Internacional de Justiça por possível violação da Convenção de Genocídio. “Como ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos.”

A nota, entretanto, não comenta a saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto nem as ligações do governo brasileiro com o Irã. Os dois tópicos foram explicitamente criticados por Katz.

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