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Política

Tagliaferro diz que Moraes 'pode tirar sua vida' se voltar ao Brasil

Ex-assessor do ministro no TSE comenta reportagem especial de Oeste

Por | Publicado em: 29/08/2025 16:36:54 | Fonte: Revista Oeste

Tagliaferro diz que Moraes 'pode tirar sua vida' se voltar ao Brasil
Ministro Alexandre de Moraes pediu extradição de ex-assessor Eduardo Tagliaferro (Foto: Reprodução/Instagram Eduardo Tagliaferro)

O perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou em entrevista ao Faroeste à Brasileira desta sexta-feira, 29, que não pretende retornar ao Brasil por temer represálias. Segundo ele, sua volta poderia resultar em consequências graves. “Óbvio que eu não gostaria, porque sei quem é Moraes e sei que eu estando aí é para calar, inclusive pode até fazer um simulado e tirar a minha vida, porque ele não quer que eu fale”, declarou.

Atualmente vivendo na Itália, Tagliaferro teve sua extradição solicitada por Moraes ao Ministério da Justiça. Ele é denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelo vazamento de conversas internas de servidores do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE. O ex-assessor deve ser ouvido na próxima terça-feira, 2, pela Comissão de Segurança Pública do Senado, em audiência presidida pelo senador Flávio Bolsonaro. A oitiva ocorrerá no mesmo dia em que começa o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Tagliaferro afirmou que responderá a todos os questionamentos dos parlamentares. “Tudo que a mim for perguntado será respondido prontamente, da melhor forma possível, esclarecendo tudo o que aconteceu”, disse. Ele pretende detalhar procedimentos adotados pelo TSE e pelo STF durante o período em que trabalhou na assessoria, além de expor situações que envolvem a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal.

“Era uma perseguição, e não um monitoramento”, diz Tagliaferro

Durante a entrevista, Tagliaferro explicou que não havia um sistema estruturado de vigilância, mas sim a compilação de informações repassadas ao gabinete do ministro. “Não existia um monitoramento, ninguém era monitorado, principalmente o povo”, disse. “O que existia de fato eram… investigações, análises direcionadas.” Segundo ele, tratava-se de uma prática de receber denúncias e links de conteúdo na internet enviados por servidores, que eram repassados a juízes auxiliares. “Era uma perseguição, e não um monitoramento”, concluiu.

Perguntado sobre por que decidiu tornar públicas suas informações, Tagliaferro declarou que tomou a decisão ao perceber que havia um direcionamento nas medidas adotadas. “Só vinham denúncias quando o pessoal olhava e era tudo direcionado direita e nada da esquerda”, revelou. Ele disse ainda que começou a guardar provas com a intenção de divulgá-las quando se sentisse seguro. Segundo o perito, a aplicação da Lei Magnitsky, que prevê sanções contra autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos e corrupção, foi um ponto de virada em sua decisão de se manifestar publicamente.

O ex-assessor também comentou episódios que envolvem parlamentares. Sobre a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), disse que ela foi alvo de perseguição semelhante à sofrida por outros nomes, como Allan dos Santos e Daniel Silveira. “O julgamento dela, de fato, foi, aos meus olhos, ilegal”, afirmou. Tagliaferro indagou o fato de Moraes ter conduzido processos em que era parte diretamente interessada.

A respeito das eleições de 2022, afirmou que não teve contato com as urnas eletrônicas, mas sustentou que houve manipulação indireta. “A fraude foi feita de uma forma diferente”, declarou. “Ela foi feita denegrindo a imagem da direita, atacando constantemente a direita, impedindo de que ela falasse, impedindo de que ela fizesse campanha.” Para ele, medidas como bloqueio de perfis em redes sociais influenciaram a decisão de eleitores indecisos.

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