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Política

Defesa de Mauro Cid elogia Fux, e Dino brinca: ‘Não aceito nada menos do que isso’

A cena descontraída ocorreu durante a sustentação oral de Cezar Bittencourt, na sessão na 1ª Turma do STF

Por | Publicado em: 02/09/2025 18:31:18 | Fonte: Revista Oeste

Defesa de Mauro Cid elogia Fux, e Dino brinca: ‘Não aceito nada menos do que isso’
Os ministros Luiz Fux e e Flávio Dino durante julgamento do núcleo 1 do suposto golpe | Foto: Luiz Silveira/STF

A sessão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) desta terça-feira, 2, contou com momentos de descontração protagonizados pelo advogado Cezar Bittencourt, defensor de Mauro Cid, e os ministros Luiz Fux e Flávio Dino. 

Logo no início de sua sustentação oral, Bittencourt dirigiu-se a Fux com um tom de elogio enfático: “Ministro Luiz Fux, sempre saudoso, sempre presente, sempre amoroso, sempre simpático, sempre atraente, como são os cariocas, é uma honra muito grande, uma satisfação imensa”.

O tenente-coronel Mauro Cid pediu baixa do Exército | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A declaração da defesa de Cid arrancou risadas do magistrado e dos demais presentes na sessão da tarde desta terça-feira. Quando Bittencourt foi se referir a Dino, o magistrado se antecipou com uma brincadeira.

“Eu quero dizer que eu não aceito nada menos do que isso [que foi falado sobre Fux]”, declarou Dino, provocando gargalhadas no plenário. O advogado de defesa respondeu: “Vossa Excelência está acima disso, veio lá do Norte, com a elegância, com a sabedoria, tudo que a gente precisa ter aqui”.

Ao entrar na brincadeira de Dino, Bittencourt acabou se confundindo. O magistrado nasceu no Maranhão, Estado do Nordeste brasileiro, e não no Norte do país.

Depois de brincadeira com Dino, defesa nega golpe

Depois da troca de cortesias, o advogado de defesa retomou o tom técnico, enfatizando a necessidade de reconhecimento do acordo de colaboração firmado por Cid com a Procuradoria-Geral da República (PGR). 

“O Mauro Cid cumpre a sua parte, e nós, como seus defensores, só pedimos que o acordo seja chancelado, confirmado. O Mauro Cid cumpre a sua parte”, afirmou.

A fala de Bittencourt complementou a sustentação feita pelo colega Jair Alves, que também defendeu a validade da delação. Ambos afirmaram que não houve coação da Polícia Federal para que Cid colaborasse e que eventuais inconsistências decorrem de limitações de conhecimento do ex-ajudante. Segundo Jair Alves, “não houve coação de autoridades em nenhum momento”, e a equipe da PF teria atuado de maneira ética e profissional.

A defesa destacou que Mauro Cid não articulou tentativa de golpe de Estado, tampouco participou da elaboração de documentos nesse sentido. Bittencourt frisou que as acusações contra seu cliente confundem mensagens recebidas com atos de participação ativa.

Pedido ao Supremo

Os advogados insistiram em que a colaboração deve ser validada integralmente, com a manutenção de todos os benefícios acordados. Para Jair Alves, “se a delação não tivesse sustentação, a ação penal também perderia validade”.

Com o julgamento em andamento, a 1ª Turma do STF analisa não apenas os elementos apresentados pela PGR, mas também os questionamentos das defesas sobre a lisura do processo. 

Para os advogados de Cid, a homologação da colaboração premiada é essencial para preservar o instituto e assegurar a continuidade das investigações sem riscos de nulidade.

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