Empresários avaliam ação judicial depois de fala de Tagliaferro
Grupo foi alvo de operação da PF determinada por Moraes com base em documento cuja data teria sido falsificada
Por | Publicado em: 04/09/2025 12:11:13 | Fonte: Revista Oeste

Empresários investigados por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, avaliam abrir um processo contra o Estado. Eles buscam reparação pelos danos provocados pela operação da Polícia Federal (PF) que autorizou buscas com base na suspeita de mensagens suspostamente golpistas.
O novo movimento surge depois de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral, apresentar documentos ao Senado que colocam em xeque a legalidade da decisão. Segundo ele, a petição que justificou a ação da PF teve a data falsificada.
Determinada por Moraes em agosto de 2022, a operação teve como alvo oito empresários. Conforme os autos, eles teriam discutido temas relacionados ao suposto golpe em um grupo de WhatsApp. A ação, portanto, resultou em uma busca e apreensão de dispositivos e documentos pessoais.
Agora, os empresários iniciaram consultas jurídicas para avaliar se o depoimento de Tagliaferro pode abrir caminho para ações de reparação.
Oposição pede reforço na segurança dos familiares de Tagliaferro
Deputados e senadores da oposição reagiram com uma articulação conjunta para apresentar um pedido de impeachment do procurador-geral da República, Paulo Gonet, além de um requerimento de habeas corpus em favor de Jair Bolsonaro e dos outros sete investigados na chamada “trama do golpe”.
Entre as ações definidas nesta quarta-feira, 3, os parlamentares preveem o envio de relatórios com as denúncias a governos estrangeiros, como os dos Estados Unidos, da Itália e da Argentina.
Também solicitaram apoio à Embaixada da Itália no Brasil para garantir proteção a Tagliaferro. Eles acionaram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para reforçar a segurança da família do ex-assessor no Estado.
A oposição ainda requisitou à Advocacia do Senado acesso dos advogados aos documentos entregues por Tagliaferro, além de solicitar à Polícia Legislativa uma perícia técnica nas provas apresentadas. Um novo relatório com as evidências será encaminhado a autoridades nacionais e internacionais.