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Brasil

Derrite anuncia força-tarefa para prender assassinos de Ruy Fontes

Delegado visado por investigações nos anos 2000 já havia escapado de emboscadas antes de ser morto em Praia Grande

Por | Publicado em: 16/09/2025 09:33:10 | Fonte: Revista Oeste

Derrite anuncia força-tarefa para prender assassinos de Ruy Fontes
Fontes havia sobrevivido a outras tentativas de execução | Fotos: Reprodução/Redes sociais e Fernando Frazão/Agência Brasil

Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo formou uma força-tarefa para capturar os autores do assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil. O crime aconteceu nesta segunda-feira, 15, a poucos metros da Prefeitura de Praia Grande, onde Fontes atuava como secretário municipal de Administração.

O secretário Guilherme Derrite informou que o caso recebeu prioridade máxima do governo estadual. Segundo ele, a investigação deve contar com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, oferecido pelo procurador-geral de Justiça.

Fontes tinha 68 anos e havia dedicado mais de 40 anos ao serviço público. Sua execução causou forte comoção entre autoridades estaduais e municipais. O prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (MDB), chegou ao local minutos depois do atentado e encontrou o corpo da vítima dentro do carro.

A polícia trabalha com a hipótese de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) tenha ordenado o ataque. Conforme a SSP, a linha de investigação indica para uma retaliação direta ao histórico do ex-delegado no combate à facção.

Fontes escapou de emboscadas durante a carreira

Fontes havia sobrevivido a outras tentativas de execução. Em 2010, investigadores prenderam dois homens com fuzis diante do 69º Distrito Policial, onde ele trabalhava, e impediram o atentado.

Dois anos depois, ele trocou tiros com criminosos na Via Anchieta e, em 2020, reagiu a um assalto na região do Ipiranga. Já em 2022, uma dupla tentou abordá-lo, mas fugiu ao perceber que o carro era blindado.

Durante a carreira, Fontes atuou no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa, no Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico, no Departamento Estadual de Investigações Criminais e dirigiu o Departamento de Polícia Judiciária da Capital.

Foi responsável, junto de sua equipe, pelos primeiros indiciamentos dos líderes do PCC no início dos anos 2000, incluindo Marcola, Cesinha e Geleião. O grupo respondia por formação de quadrilha. Desde então, a organização criminosa passou a considerar Fontes um inimigo direto.

O delegado ingressou na Polícia Civil depois de se formar em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo. Depois, tornou-se pós-graduado em Direito Civil e professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Também participou de cursos especializados no Canadá e na França.

Em 2019, o então governador João Doria o nomeou delegado-geral da Polícia Civil, cargo que ocupou até 2022. Desde o ano seguinte, integrava a gestão municipal de Praia Grande.

O corpo de Fontes será velado a partir das 10 horas desta terça-feira, 16, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O cortejo sairá às 15 horas rumo ao Cemitério da Paz, no Bairro do Morumbi, onde o sepultamento está marcado para as 16 horas.

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