Criminosos lançam bombas com drones no RJ; governador reage: 'Narcoterrorismo'

Uma ofensiva policial de grande escala desencadeou uma série de reações violentas no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 28. Criminosos utilizaram drones para lançar explosivos contra as forças de segurança, conforme imagens divulgadas pela Polícia Civil. Até o momento, não há registro de pessoas atingidas por esses artefatos.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), publicou o vídeo da Polícia Civil e comentou: “É assim que a polícia do Rio de Janeiro é recebida por criminosos: com bombas lançadas por drones. Esse é o tamanho do desafio que enfrentamos. Não é mais crime comum, é narcoterrorismo.”

A Operação Contenção envolveu cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, com o objetivo de cumprir cem mandados de prisão e 150 de busca e apreensão. A ação visa combater lideranças do Comando Vermelho e conter o avanço territorial da facção.

Durante os confrontos, quatro suspeitos foram mortos, sendo dois oriundos da Bahia e um do Espírito Santo, além de 25 presos. Entre os detidos, cinco ficaram feridos e foram encaminhados sob custódia ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.

Conflitos armados e apreensões

O tiroteio atingiu dois policiais, um integrante do Bope e um delegado assistente, além de três civis: um homem em situação de rua, atingido nas costas, uma mulher em uma academia, socorrida pelo marido, e um homem que estava em um ferro-velho. O saldo das apreensões inclui dez fuzis, duas pistolas e nove motocicletas. Barricadas em chamas e tiroteios foram registrados, com colunas de fumaça visíveis em diferentes regiões da cidade.

O impacto da operação afetou serviços essenciais. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, cinco unidades de Atenção Primária não iniciaram o atendimento, e uma clínica da família suspendeu visitas domiciliares. Já a Secretaria Municipal de Educação informou o fechamento de 28 escolas no Complexo do Alemão e 17 na Penha. A Secretaria Estadual de Educação precisou fechar um colégio.

Alterações no transporte público e mobilização policial

O transporte público também sofreu alterações. O Rio Ônibus desviou 12 linhas para garantir a segurança. Na Penha, os trajetos 312, 313, 621, 622, 623, 625, 628, 679 e 721 foram afetados. No Complexo do Alemão, as linhas 292, 311 e 711 tiveram seus percursos alterados de forma preventiva.

A operação, que conta com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro, resulta de um ano de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes. Pelo menos 30 alvos são do Pará. Participam ainda policiais militares do Comando de Operações Especiais e de unidades da capital e Região Metropolitana, além de agentes de todas as delegacias especializadas, distritais, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência. A ação mobiliza helicópteros, blindados, veículos de demolição e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.